Neste artigo vamos trazer informações sobre a ciência da mente. O cérebro e a mente são dois lados da mesma moeda. Nós sempre quisemos entender como nossas mentes funcionam, mas, até recentemente, não tínhamos as ferramentas para investigar o cérebro. O tecido gelatinoso que é o cérebro é o objeto mais complicado no universo conhecido. Seus 100 bilhões de células nervosas (quase 20 vezes o número de pessoas na Terra), estão cada um conectado a milhares de outras células nervosas em uma rede desconcertantemente complexa.
Ciência da Mente
Enormes avanços têm sido feitos na compreensão dos processos químicos e elétricos que as células nervosas usam para se comunicar entre si, mas muito permanece por descobrir. Um dos maiores mistérios é o processo pelo qual esta rede extremamente complicada gera consciência, percepção, comportamento e emoções. E como ele faz isso ao mesmo tempo em que processa a entrada sensorial e controla os músculos e todos os outros órgãos.
Como cheguei aqui
Decidi trabalhar em neurociência em 1980 por causa do meu interesse nas causas da hipertensão arterial. Embora os hormônios produzidos pelo rim, a glândula adrenal e outros locais, todos possam modular a pressão arterial, estava ficando cada vez mais claro que o cérebro era extremamente importante. Nós começamos a mapear locais no cérebro onde hormônios específicos podem agir para modular o equilíbrio de sal e fluidos corporais, e a pressão arterial. Os resultados foram muito excitantes e apontaram novas formas de ação das hormonais e dos neurotransmissores no cérebro.
Crescente atenção
A neurociência tornou-se agora uma das áreas mais excitantes e ativas da ciência. Ele abrange medicina, psicologia e psiquiatria, tem fortes ligações com a biologia, bioquímica, endocrinologia e baseia-se na fisiologia comportamental, química, física e matemática. As ações do cérebro estão subjacentes a toda a nossa vida mental, nossos pensamentos, emoções e crenças. As explicações que criamos e a forma como processamos a informação têm um efeito enorme nos nossos humores e comportamentos.
Estamos começando a entender como anormalidades na transmissão nervosa em sinapses podem causar doenças que vão do autismo à esquizofrenia, como níveis de diferentes substâncias químicas transmissoras podem afetar o humor, ansiedade, agressão e até mesmo amor e comprometimento. Compreender a rede cerebral enormemente complicada parecia uma tarefa impossível; cada caminho parecia usar sua própria combinação específica de transmissores químicos.
Mas ao combinar genômica e ótica, agora é possível monitorar e modular a atividade de vias específicas no cérebro vivo.
O Cérebro em Mudança
Costumávamos acreditar que a rede de conexões intrincadas do cérebro era fixa após a primeira infância. Mas agora sabemos que o cérebro é altamente plástico ou mutável, e capaz de modificar a sua estrutura e função em resposta à aprendizagem e à memória. A recuperação da lesão e a resposta à doença dependem em grande parte dessa plasticidade neural. A plasticidade é mais ativa na primeira infância, embora persista ao longo da vida. Em crianças pequenas, as influências ambientais podem ter efeitos profundos e duradouros no desenvolvimento cerebral. Esses efeitos podem ser negativos quando enfrentam desnutrição, ou privação de amor e atenção, estimulação mental e física.
Por outro lado, a satisfação destas necessidades e um ambiente cultural e intelectual rico podem contribuir para um desenvolvimento ótimo. Paralelamente a estas compreensões em neurociência a nível celular e de rede, tem havido importantes descobertas sobre a mente. Uma delas é o desenvolvimento da terapia cognitivo comportamental, que pode aliviar a ansiedade e a depressão. Também pode contribuir para desenvolvimento do poder da mente humana e contribui para ter sonhos lúcidos.
Outra é a redescoberta no Ocidente da meditação e do treino de atenção, que podem reduzir a ansiedade e melhorar a função mental e o bem-estar. Estamos no meio de um florescimento da neurociência. Podemos esperar enormes avanços na compreensão de como o cérebro normal funciona e como ele funciona mal nos distúrbios cerebrais.
Isto conduzirá a tratamentos radicalmente novos e mais eficazes e, em última análise, à prevenção dos distúrbios cerebrais muito frequentes que assolam a nossa sociedade.
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